A HISTÓRIA DA DANÇA
Antes do homem se exprimir através de uma linguagem oral, ele dançou. A dança foi a expressão do homem através da linguagem gestual. O homem estabeleceu posteriormente todo um código de sinais, gestos e expressões fisionômicas ao qual imprimiu vários ritmos. A dança então foi a primeira manifestação de comunicação do homem. A dança está em todo o processo de civilização acompanhando a sociedade e servindo como meio para o homem se expressar. Assim a dança está presente em todo processo que acompanha a evolução social, percebe-se com os professores de dança e educação física, com as academias de alto rendimento, com a mídia extremamente acessível. Enfim, continuará existindo expressão de movimentos e sentimentos se houver compreensão histórica da arte mais completa e antiga do mundo. A pesquisa da história da dança no seu maior âmbito fez refletir como ela se insere no espaço social, desde o surgimento da humanidade co produtora de cultura até os dias atuais.
Na busca da origem da dança encontrou-se que; antes do homem se exprimir através da linguagem oral, ele dançou (linguagem gestual). No Egito, havia danças sacras em homenagem a Ápis, o “touro sagrado”, diante de Hat Hor a deusa da dança e da música. Aqui a dança era ligada a marcações rítmicas da música, passando a ser denominada ritual. O homem estabeleceu posteriormente todo o código de sinais, gestos e expressões fisionômicas ao qual imprimiu vários rítmos. Os primeiros testemunhos gráficos estão registrados na pré-história, tais como pinturas rupestres levam-nos a crer que o homem primitivo executava danças coletivas nas quais predominavam os movimentos convulsivos e desordenados. Quando o homem sai do seu estado primitivo, estado selvagem e passa a outro padrão de vida que é o de viver em sociedade, surge a organização do trabalho para a sobrevivência comum, e esse trabalho é a caça, a trituração de raízes, sementes, folhas, etc. Muitos desses trabalhos eram efetuados e regulados por marcações rítmicas, como pancadas e gritos. O ritmo, que acompanha o gesto, é uma descarga emocional servindo para regular e medir todas as forças vitais, é ele que estabelece a harmonia e equilíbrio dos movimentos, preside a ordem das coisas e dá aos gestos do homem e as suas reações a força e expressão. O ritmo é o primeiro movimento da vida que incide sobre os músculos do corpo humano.
Mais adiante na história da humanidade detectamos que os hebreus possuíam danças próprias e outras provavelmente de origem egípcia. Na bíblia, no antigo, no novo testamento, no livro do Cântico dos Cânticos temos cinco exemplos de momentos em que a dança estava presente como: “quando a cavalaria do faraó entrou no mar com seus carros e cavaleiros, Javé fez voltar sobre eles as águas do mar e os filhos de Israel caminharam enxutos. Maria, irmã de Aarão, pegou o tamborim, e todas as mulheres a seguiram com tamborins formando coros de dança.” Depois na festividade do falso Deus de Israel, (bezerro de ouro), Moisés encontra o povo dançando, cantando, Moisés ficou enfurecido, jogou as tábuas da lei e quebrou o bezerro de ouro…” O terceiro exemplo é dos dez mandamentos que foram guardados em uma arca, onde somente uma pessoa pura de pecados podia abri-la uma vez por ano. Uma dessas pessoas foi Davi que dançava com toda a sua força diante do Senhor.”Foi diante do Senhor que dancei, replicou Davi; diante do senhor que me escolheu e me preferiu… para fazer-me chefe de seu povo de Israel. Foi diante do Senhor que dancei. ” O livro dos Cânticos, é na verdade, uma coleção de cantos populares de amor, usados talvez em festas de casamento, onde noivo e noiva eram chamados de rei e rainha. Um redator uniu esses cantos e o atribuiu ao Rei Salomão, reconhecido em Israel como o patrono da literatura sapiencial. O livro remonta ao século V ou VI a.C. “Vire-se, vire-se Sulamita…queremos contemplar você! O que vocês olham na Sulamita quando ela baila entre dois coros?” Por fim temos a história de Herodes durante a festa de seu aniversário, a filha de Herodíates apresentou-se e pôs- se a dançar com grande satisfação de Herodes e seus convidados. Disse o rei a moça: ”Pede me o que quiseres e eu te darei. ” A mãe a aconselhou a pedir a cabeça de João Batista.”
As danças religiosas eram executadas nos próprios templos ou em outros lugares, mas para uma entidade superior como o Senhor citado nos textos bíblicos. Destas ressalta-se a dança das tochas executada na festa dos tabernáculos. É provável que na corte do rei Salomão já existisse bailarinas profissionais. Através de Platão, Sócrates um dos grandes filósofos gregos, considerou a dança como a atividade que formava o cidadão por completo. A dança daria proporções corretas ao corpo, seria fonte de boa saúde, além de ser ótima maneira de reflexão estética e filosófica, o que a faz ganhar espaço na educação grega. O homem grego não separa o corpo do espírito e acredita que o equilíbrio entre ambos que lhe trazia o conhecimento e a sabedoria. Nessa época histórica, observa-se a dança através de representações, pois não há, até hoje, conhecimento de textos escritos. Mas podemos perceber, que recebeu forte influência dos gregos desde o séc. VII a.C., pelas representações em que aparecem indícios de danças guerreiras, dionísicas, de banquete, entre outras. As representações mostram movimentos harmônicos entre gestos e discursos, na mímica antiga. A arqueologia não deixa de indicar a existência da dança como parte integrante de cerimonias religiosas, parecendo correto afirma-se que a dança nasceu da religião, se é que não nasceu junto com ela.