O Museu do Ipiranga, localizado no Parque da Independência, na Zona Sul de São Paulo, reabre suas portas ao público no dia 8 de setembro, como parte das comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil. O prédio histórico, oficialmente chamado de Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP), permaneceu fechado por nove anos e passou por obras de revitalização.
O Novo Museu do Ipiranga reabrirá com o dobro do tamanho e terá total acessibilidade por meio de elevadores e escadas rolantes com capacidade para receber até 11 exposições simultâneas, um novo sistema de ar condicionado e de prevenção de incêndios.
Com a conclusão da reforma, o museu terá duas grandes entradas, bilheteria, auditório para 200 pessoas, além de espaço educativo, refeitório, loja e sala de exposições temporárias.
RESTAUROS E AMPLIAÇÕES
A parte elétrica foi integralmente reformada e envolvida em manta cerâmica, material capaz de reter altas temperaturas, normalmente utilizado em portas corta-fogo. As tecnologias de prevenção contra incêndios estão integradas a um sistema inteligente de gerenciamento predial, otimizando processos de segurança, manutenção do prédio e conservação do acervo.
No Edifício-Monumento, foram realizados reparos em todos os detalhes refinados da arquitetura, as fachadas, o tratamento de trincas e , por fim, a pintura.
O Novo Museu do Ipiranga também teve restaurado o Jardim Francês, localizado em frente ao Edifício-Monumento. A obra incluiu a restauração de toda a área construída e do paisagismo, reativação da fonte central e recuperação de duas fontes apresentadas no projeto original do jardim, destruídas na década de 1970.
DESTAQUES
Na reabertura do museu é possível ver uma maquete que representa a cidade de São Paulo em 1841. A obra, projetada pelo artista holandês Henrique Bakkenist, é feita em gesso. A peça, que mede 5,1 m de largura por 6 m de comprimento, foi inaugurada há 100 anos como parte das comemorações do centenário da independência.
Na exposição Territórios Disputados, os visitantes poderão observar o astrolábio, antigo instrumento utilizado para medir a altura da estrela no horizonte, permitindo conhecer a hora, o melhor momento da colheita, além de outras curiosidades do calendário astronômico. O original estará em uma vitrine e uma cópia poderá ser manipulada pelos visitantes.
Artistas modernistas como Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti fizeram selos, que hoje fazem parte do acervo do museu. Emitidos pelos Correios no centenário de nascimento dos artistas, os selos estarão disponíveis para consulta. No período do Centenário da Independência, em 1922, novas coleções foram formadas, com destaque para a história de São Paulo.
No Bicentenário da Independência, na reabertura do espaço poderá ver o famoso quadro “Independência ou Morte”. A obra, encomendada por Dom Pedro II ao pintor Pedro Américo, foi feita em 1888 em Florença, Itália.
A CONSTRUÇÃO
As obras para viabilizar o novo Museu do Ipiranga tiveram R$ 183 milhões autorizados pela Lei Rouanet, principal instrumento de promoção da cultura no país. Por meio da lei, os projetos recebem um selo federal que se reflete em isenções fiscais para os apoiadores da ação, sejam eles empresas ou cidadãos comuns.
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